Esta campanha

Realmente é a pior de sempre. Nem para as europeias ou para os referendos a campanha passou tão ao lado dos portugueses. O nível é baixo, as ideias não existem e os portugueses assistem amorfos a isto como se as eleições fossem ali ao lado, em Espanha.
Sou um admirador confesso do PSL (é a vida...), mas nesta campanha tem vindo ao de cima uma faceta dele que não me entusiasma. No outro lado ainda estamos pior. Sócrates, já com as eleições no bolso, pavoneia-se muito mas não mostra nada.
Como já disse antes, ganhe quem ganhar, o futuro não promete nada de bom. São todos iguais, ocos e balofos. Não têm ideias (desconfio até se terão ideais) e limitam-se ao ram-ram de promessas vãs. Criar 150000 empregos. Mas não o estado. Os privados. Serão os portugueses estúpidos? Pelos vistos, os políticos assim os julgam. Anunciar medidas assentes no crescimento que cada partido prevê (todos utopicamente acima do que qualquer entidade responsável se atreve a predizer!!!).
As reformas estruturantes serão, inevitavelmente adiadas. Ficaremos por uma governação de conjuntura, que vai andando e remendando buracos, mas sem mexer em nada muito fundo. O país, nosso pobre país, continuará na senda do irrevogável caminho da cauda da União Europeia. Enquanto houver países abaixo de nós, e não será por muito tempo, até este argumento será usado.
Porca miséria, para onde caminhas Portugal! A banca e seguradoras tendem ao controlo espanhol. Na energia idem. As empresas tenderão a deslocalizar-se para países de mão de obra mais barata ou mais qualificada. Que sobrará? Os submarinos, corvetas, blindados e novos armas das nossas forças armadas para continuarmos de cara levantada a gritar:
aqui neste cantinho jaz Portugal, outrora terra de grandes homens, hoje aterro de resíduos nucleares da metrópole europeia.