2004/12/20
2004/12/16
Esta polémica à volta dos blindados revela os males da administração pública portuguesa. Porque será que não fazem as coisas "às claras"? As próprias empresas participantes padecem desse mal. Nos documentos de protesto da empresa que ficou em segundo constava a menção de confidencial, apenas para uso do ministério da defesa. E depois clamam por transparência! É verdade que ela faz falta, mas não é menos verdade que todos devem dar o exemplo.
Uma das razões para só agora ter posto a funcionar o serviço de comentários é detestar comentários anónimos. Por favor, se quiserem comentar qualquer coisa adoptem uma alcunha, um nome, sei lá, uma coisa qualquer. Mas não façam comentários anónimos. De resto, qualquer comentário será sempre bem vindo.
2004/12/14
2004/12/13
Doctor Unheimlich has diagnosed me with Flavius' Lurgy | |
Cause: | just one of those things |
Symptoms: | itching, guilt, abdominal pain |
Cure: | drink lots of water |
Sócrates mostrou-se hoje muito preocupado com o impasse do PSD e do PP. Não saber se vão concorrer coligados ou não, pelos vistos, está a mexer com a cabecinha do engenheiro. Fica um conselho. Preocupe-se em arrumar a sua casa muito bem arrumadinha, a atirar o pó todo que lá abunda para debaixo do tapete e deixe a oposição. Eles lá decidirão. Tenha calma. Aliás, para quem não tem medo, tanto dá enfrentar uma AD como os partidos separados. Ou já há medo no Rato? Já começam a abandonar o porão? Calma. A procissão ainda vai no adro.
O novo anúncio do Chanel nº5 está a causar um rebuliço tão grande que já se fala em fazer um filme a partir do anúncio! E realmente o anúncio é fenomenal. A Nicole então... Suspiros...
(vê lá se não ficas com ciúmes deste post, linda)
Olhem bem pró anúncio:
Podem fazer o download a partir deste link. É um filme .avi com 33 MB, mas vale a pena a espera...
http://www.nicolekidmanunited.com/Chanel/ChanelNo5Film/ChanelNo5AdOnChannel9.avi
(cortesia do site www.nicolekidmanunited.com)
2004/12/12
O Governo demitiu-se. Os comentadores afirmam que esta foi uma manobra muito arriscada. A ver, vamos. Tenho um dedinho que lá vai adivinhando estas coisas. A minha primeira reacção quando soube da dissolução da Assembleia foi dizer que o Governo se devia demitir e que estava à espera que PSL o fizesse. Confirma-se. Hoje estou feliz.
O FC Porto voltou a conquistar a Taça Intercontinental, num jogo frente aos colombianos do CD Once Caldas. A final teve lugar no Estádio Nacional de Yokohama, no Japão e os 'dragões' conquistam este importante troféu depois de o terem feito em 1987, tendo, na altura, derrotado o CA Peñarol.
uefa.com
2004/12/08
Louvre, Salle des Etats. Na parede do fundo, em frente à entrada desta sala, fica um quadro que eu admiro profundamente. É deslumbrante! Nunca fui ao Louvre, ou seja, nunca o vi. Já sabia muitas coisas sobre o quadro, tenho-o em reprodução. Mas vê-lo dimensionado na sala, a sua disposição e destaque, o seu assombroso domínio sobre os restantes quadros foi delicioso. O quadro intitula-se As bodas de Canã, de Paolo Caliari Veronese. Fabuloso!
http://www.vangoghmuseum.nl/cgi-bin/virtual-tour/index.asp
Estive a passear pelo Van Gogh Museum. Sabe bem ver aquele quadro que queremos, à hora que queremos. A internet e as suas potencialidades! Nunca deixo de me maravilhar!
2004/12/07
Quem ler os meus últimos textos deve pensar que sou um alter-ego do PSL. Só agora me dei conta. E em verdade nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Gosto do seu estilo político mas não é o meu guru, o meu mentor político, tanto que penso que a verdadeira discussão política não ser o melhor de PSL. Sou santanista qb. Mas com tanta vociferança já parecia uma santanete! (Isto é para não dizerem que eu não tenho fair-play!!!).
2004/12/06
A prestação de Guilherme Silva surpreendeu-me. Excelente discurso no tom perfeito. Santana Lopes teve, mais uma vez, uma excelente prestação. Um grande discurso, com alma, vigor e uma intensidade que me surpreendeu. Mostrou estar pronto para discutir as próximas eleições. Nem faltou a dose certa de pimenta, a fazer espirrar os esbirros da oposição, na convicção e fé que mostrou ter, na vitória eleitoral.
2004/12/02
O Presidente da República, Jorge Compaio, sim esse que é o único que presta, já que o outro é apenas uma marioneta com a mão do filósofo Sócrates enfiada no cú, cresceu e apareceu com a dissolução da Assembleia. Destinado a passar à história como mais um "boneco" político mudou a atitude serena que asssumiu. E deu o grito do Ipiranga com a sua Solução.
Esta solução parece ter sido muito bem pensada. Aliás, já estaria pensada aquando da nomeação de Santana para o cargo de PM. Ofereceu a Santana o governo de Portugal? Não! Absolutamente não! Ofereceu sim aos caciques do PS vários presentes.
Primeiro, a mudança. Deu ao líder do PS, que já não tinha futuro político, a possibilidade de uma saída airosa e pelo seu próprio pé, quando já havia muitos cheios de vontade de o empurrar. Assim, um nada saiu airosamente do confronto político directo sem mácula, fazendo esquecer os Piagates e outros desaires. E saiu acentuando um falacioso confronto de interesses entre o PS e o seu PR (sim seu. Pelo menos meu não é. Já pedi a cidadania espanhola! Abaixo o 1º de Dezembro! Viva Filipe de Portugal e Espanha!)
Segundo, a eliminação. Ao apoiar Durão Barroso, fazendo-o crer na sua falsa boa fé, despachou-o do país. Este fez depender a sua eventual saída da decisão do PR aprovar um novo governo PSD/PP. O PR ainda teve oportunidade para fazer um teatrinho com o Conselho de Estado e os líderes dos partidos. Uma bonecada. Depois o golpe de mestre. Eliminou um opositor que sempre odiou. Freud explicaria esse ódio. O carisma de PSL faz disto... Fazendo Santana governar obrigou-o a cometer erros. A sua constante ameaça de que tinha na mão a bomba da dissolução condicionou PSL logo desde a escolha de nomes para integrarem o seu governo. Quem estava disponível para integrar um governo que estava sobre ameaça permanente do PR? Obviamente poucos responderam ao repto do PM. E se virmos a análise dos perfis dos que vão ser ex-ministros vemos que apenas dois são políticos sem colocação de emprego bem garantida. Todos os outros têm soluções profissionais invejáveis. À falta de gente juntou-se a gula do parceiro de coligação que resolveu tirar dividendos políticos da situação impondo no novo governo mais dos seus. A dança dos nomes, as promessas apressadas de um PSL sob grande tensão e o crescimento da influência do PP no governo causou ressentimento na população e no próprio PSD. Inevitavelmente, PSL estava a ser ludibriado. Sendo assim, o que poderia (e na minha opinião deveria) ter feito PSL?
Recusar-se a formar governo e, desta forma, fazer com que Durão permanecesse em Portugal. Se ele tivesse optado por isto, quem, em boa consciência pode dizer que seria o melhor para Portugal? Quem? Temos um Presidente da Comissão Europeia PORTUGUÊS! O maior cargo europeu é ocupado por um PORTUGUÊS. Haverá néscios que não vejam a importância disto. O relevo, o destaque dado a este pedaço de terra que ninguém lá fora conhece. Para mim, que vou ser espanhol este questão nem se põe. Mas os abstuntos que estão sempre a badalar o seu portuguesismo deviam estar orgulhosos. Mas não. Desprezam e inferiorizam o cargo.
Formar governo mas não ceder às pressões de Portas? Pois sim! Toda gente sabe muito bem que PP não hesitaria em fazer cair a coligação. PSL conhecia bem os humores e ambições de Portas. Não se lembram da candidatura à Câmara de Lisboa? PSL tinha que ceder se queria manter a estabilidade governativa. Será que os militantes que agora criticam este facto a PSL tão pouco objectivos que não veriam esta condição de chantagem que também não agradava a PSL mas a que se tinha de submeter? São assim tão ceguinhos?!
Manter as suas primeiras promessas feitas à pressão e ainda sem saber que teria que as submeter aos nomes que seria obrigado a escolher, quer por falta de alternativas, quer fruto de imposições? Teria sido mais sensato? Não teria sido obrigado a silenciar nomes que depois bateriam com a porta? E isto em nome da coerência. PSL optou, mais uma vez obrigado pela conjuntura, por manter a estabilidade. Fez mal.
PSL não teve escolha. O governo foi o possível. O apoio do partido sempre foi ténue e circustancial. A companhia de Portas revelou-se gulosa e menos importada em manter a estabilidade. O PR ficou a congeminar a solução. O governo não tardaria a cometer erros. Os erros são inevitáveis em qualquer governo. Olhe-se a brilhanteza da era Guterres! Mas ao perverso PR não chegava um erro ou dois. Era preciso que o governo se fosse enterrando. O governo que era uma merda não tardou a fazê-lo. Os Santanistas que PSL levou para o governo estavam tão cheios de ambição que foram os primeiros a fazer asneira. Os barrosistas estavam no governo circustancialmente. E no fundo odiavam PSL. Do PP vieram polémicas. A isto tudo assistia o PR como um lobo à espera que a presa adoeça... Sorrateiro ia mandando as suas bocas para o governo se sentir mais pressionado e assim mais erros somar. Os ministros e o PM não podem ser desculpados pela até agora má governação. Mas convenhamos. O governo entrou em funções à quatro meses. Quanto às questões económico-financeiras podia haver discordâncias políticas mas este orçamento estava longe de ser comprometedor para a população. Na matéria fiscal estavam a ser feitos avanços. O que é que as pessoas queriam? Quando tiveram a austeridade da Ferreira Leite ganiam e praguejavam. Agora que o cinto ia alargar um furo já tinham medo do descalabro? Em quatro meses o governo conseguiu o impossível. Primeiro fazer com que a população se interessasse pelas finanças. Esta população que não percebeu o caos durante SEIS anos de governação guterrista estava agora consciente de que o governo estava a encaminhar mal as finanças públicas. E tudo isto sem manipulação dos media... Deixem-me rir! Ou chorar... Nem sei! Quais foram as decisões legislativas que este governo teve tempo de implementar? As decisões ainda vinham na calha e já o povinho estava aos gritos contra elas! Portanto, o PR não tinha matéria de facto para demitir o governo. Mas tinha razões... Perversas razões...
Terceira razão. Um líder socialista que pudesse porfilhar. Entronizando um líder socialista saíria da vida política como sempre quis sair. Levado em ombros pelo partido. Finalmente o PS tinha um líder mediático e com carisma (também com a comparação com Ferro que é a que fica na retina...). Só havia um problema. No PSD estava o mais brilhante político da actualidade. (Vejam lá que até o túnel da polémica foi retumbantemente uma aposta ganha como o provou a decisão do Supremo Tribunal Administrativo. O Sócrates, o Louçã e companhia podem meter este argumento no caixote.) Mas como já ficou demonstrado acima havia que eliminar essa concorrência. E o PR assim o fez.
Esta decisão é disparatada. É para inglês ver. O PR criou a instabilidade e o caos. É tão inusitada que nem as regras foram seguidas. A decisão de demitir o governo foi tomada antes de consultar o Conselho de Estado e os líderes partidários com assento parlamentar. Nem o Presidente da Assembleia da República foi informado. É a pouca vergonha. Não é uma palhaçada a convocação do Conselho de Estado? O que vão debater? Porra, se a decisão já foi anunciada estes próximos passos vão ser uma palhaçada. Mais uma mostra da incompetência e má fé do PR.
Agora uma bordoada que não pode ficar por dar. Cavaco Silva. O que é que ele queria? Odiará assim tanto PSL? Se nas presidenciais o PSD apoiar este cidadão eu vou votar em branco. Não voto nesta figura que se descridibilizou, que agiu contra os interesses do partido e dos portugueses. Com isso cometeu uma grande injustiça com o PSD na figura do seu líder. Ele acabou com a sua popularidade junto dos portugueses. Com os seus tabus afundou durante anos o partido. Mesmo assim tudo lhe foi perdoado. E sempre foi o candidato do partido para o que quis. Quando perdeu para Sampaio foi fervorosamente acarinhado por quem votou nele e não se revia em Sampaio. Quando decidiu não se candidatar nas eleições seguintes, sendo quase certa a derrota, nada lhe foi pedido. Os militantes mais uma vez estiveram com ele e perceberam que era melhor Sampaio sair para evitar a humilhação e depois apresentar-se. Desta vez com todas as possibilidades de vir a ser Presidente. E o que é que ele faz? Desanca o líder do partido. Pois muito bem. Estive com ele em todos os desafios anteriores. Mas desta vez foi demais. Acabou. E mais. Os caciques do PSD. Têm tanto ódio a PSL que preferem o PS a governar? Que raio de partido é este? O PSD foi a principal oposição a este governo. E como cordeirinhos ajudaram o PR no seu maquiavélico esquema. Os militantes serão tão estúpidos que se deixem levar nas loas destes putativos donos do partido?
Quem acha que agora o país está melhor tem sorte. Vive no País das Maravilhas. No mundo dos sonhos. Num mundo de fantasia. Eu, que infelizmente não me consigo abstrair da realidade estou de luto. O país vai mal. Este Presidente é um bom cangalheiro. Um mau Presidente, um bom socialista e fundamentalmente um péssimo PORTUGUÊS! Ainda bem que vou ser espanhol! Viva la España!
2004/11/29
Jerónimo de Sousa é o novo Secretário Geral do PCP. Muda a cara mas não vai mudar o discurso. É mais do mesmo. O PCP vai ao charco e ainda bem. Gostei do piscar de olho ao PS logo ao primeiro discurso. Que risota! Isto vai bem, vai... Interessante foi ver o tratamento jornalístico aplicado ao background deste homem. E revela um preconceito enraízado nos portugueses mas que nem sempre corresponde à verdade. Mostraram Jerónimo como honesto e remediado pai de família, que vive numa casita pequenita nos arredores de lisboa onde até tem uma casota e um cão, o Jerónimo que vive com 750 euros, etc. No fundo, é comunista e remediado logo tem que ser honesto. Só há um pequenito problema. É que os males da sociedade são verticais. Atingem todas as classes. Arrisco-me mesmo a dizer que até será maior nos remediados, embora seja mais notada, pelas dimensões, nas classes altas. Não quero com isto dizer que o Sr. Jerónimo é corrupto. Longe disso. Apenas notar que há preconceitos que não fazem sentido e este é um deles. Esta imagem de rectidão pela ausência de ostentação material é falsa. Há políticos desonestos em todos os quadrantes. Nuns mais que outros, mas essa diferença é mínima.
No suplemento de hoje do JN, wall street journal, vinha um dado curioso. Cada vez mais o cinema de holiwood necessita das receitas de bilheteira no estrangeiro para tornar os filmes rentáveis. E salienta-se o caso dos filmes Tróia e Terminal de Aeroporto como grandes flops no mercado interno mas recordistas de receitas fora de portas. Sendo assim, e uma vez que estamos habituados a considerar os americanos como incultos e limitados, impõe-se a questão. Serão os americanos assim tão burros? Os mercados mais rentáveis para holliwood são o asiático e o europeu. Debrucemo-nos sobre o europeu. A hegemonia do cinema americano constantemente desperta ataques de urticária no panorama intelectual europeu. Porque limita as escolhas, restringe a diversidade, limita o cinema de autor e argumento mais hipócrita contribui para a mediocridade intelectual da sociedade. Mas, perante este facto temos mais para analisar. Ora bem, maus filmes americanos são desastres de bilheteira nos EUA. Na Europa são sucessos. Os espectadores americanos são mais críticos na hora de decidir, limitam mais o que vêem. Os europeus aderem a todos os filmes, sendo que, até têm mostrado especial apetência pelos flops. Isto em espectadores desde sempre habituados ao cinema de autor e aos filmes independentes das grandes empresas do cinema à custa de descomunais subsídios. Porque será que então vão ver todo o cinema ralé que os americanos deitam fora?
Para o jogo do FCP contra o Setúbal, diz o JN que o jovem Hugo Almeida substitui os castigados Derlei e Benni. Será que o jovem jogador se vai desdobrar em dois? Será que as bruxarias voltaram aos campos de futebol? Estou na dúvida. E ansioso por ver qual será o alinhamento do FCP. Que grande jogador este Hugo Almeida!
2004/11/24
2004/08/24
Este intervalo com as cassetes casapiagate não merece mais que umas boas bocejadelas para o assunto e cuspidelas para o assunto, na pessoa do jornalista e muito importante do director do jornal onde esse jornalista trabalha. Onde anda a ética e deontologia? Estamos no país do vale tudo? Haja vergonha!
2004/07/16
A sensação de perda assusta-me. Dá-me vontade de voltar aqueles cantinhos só meus, onde me escondo e não me encontro, onde sofro e nada sinto. Não gosto de perder. Não gosto.
2004/07/09
2004/07/06
2004/07/04
2004/06/29
2004/06/28
2004/06/24
2004/06/09
2004/06/02
2004/05/06
Dia 12
O bispo da cidade grande é uma personagem que por si só dará uma bela história. Mas faça-se primeiro uma resenha caricaturesca de sua Eminência (será que os bispos são eminências? Fiz esta pergunta ao padre Manuel e pus o homem de cama e a caldos dois dias...). É alto como uma cadeira, melhor ele é quase uma cadeira. Que não de rodas. Mas passa os dias sentado. É redondo como é da praxe, calvo das canseiras (não) eclesiásticas, chato, surdo, tartamudo e coxo. Ao caminhar move-se em diagonal imitando, engenhosamente, a peça de xadrez com o mesmo nome (o sacana só pode comer p’rós lados, é o que é...). Cospe baba e ranho como todos os eclesiásticos velhos. Os seus sermões (e isto foi-me confidenciado por uma fonte fidedigna) são só um. E nem mesmo essa pérola é original, tratando-se de uma cópia adulterada de um sermão do antigo (e para ele, vá de retro, saudoso) Cardeal Cerejeira (pois é mudam-se os tempos mas não se mudam as vontades. Evolui-se não é? Ou será Revolui-se? Já nem sei...).
Agora vou apresentar-vos pormenores sobre a vida deste bom homem, que era o que as sobrinhas diziam já que eu nunca verifiquei a sua bondade. Os meninos do coro também me lembro que não tinham queixas para este bom homem. Sempre os recheou de bons presentes e os sacos de guloseimas eram diários. Mais uma vez que fique registado. Eu nunca fui menino do coro. Deus me livre. Mas avançando e deixando esta (C)cruz para trás. O bispo, e isso nem o pode negar sempre foi um bom pai de família. Quantos filhos ( eram todos adoptivos, filhos das sobrinhas e de pai incógnito...) este homem estudou, colocou em bons lugares, arranjou bons trabalhos. E sem vínculos biológicos que o ligassem a estes filhos de Deus saberá quem... Abnegado e santo homem. O que nos vale é que ainda vai havendo muitos assim. Ou quando não são abnegados as criadas e sobrinhas (grande lata!!!) vêm dizer que os filhos são dos eclesiásticos. Blasfémia, grito eu! Por agora está feita a resenha do homem, carteiro de Deus. Continuarei numa próxima.
E assim se passou mais um dia desta (nem) sempre entediante vida na Parvónia.
Aqui à dias o Padre Manuel recebeu uma convocatória do bispado para comparecer na Cidade Grande. O velho padre já sabia para o que ia. Este pastor de ovelhas tão malhadas e tresmalhadas só era chamado à presença do dono, perdão, do Sr. Bispo, para levar reprimendas e aturar sermões mais monótonos e entediantes que os seus, sabendo de antemão que lá ia o bispo divagar sobre a escatológica vez em que beijou o Papa.
Foi uma semana de espera dura para o pobre e cansado padre Manuel.
No dia D lá partiu o padre Manuel, no seu Corsa 1.5D, pago pelos cinzentos pecadores que bafiam a igreja da Parvónia, para a Cidade Grande. A reunião era às 11 e o tempo médio para chegar à cidade ronda os vinte minutos. Mas estes padres velhos jogam sempre na antecipação. No dia anterior já tinha mandado a mulher, oops, a sobrinha ou criada, ou lá como ele lhe chama, lavar o carro, dar lustre aos pneus, verificar o óleo, passar-lhe a batina a ferro, dar-lhe banho a ele e preparar-lhe um bom farnel. Estava preparado para sair exactamente às 6 e 45. Um quarto de hora atrasado para aliviar tensões mais carnais. Deu um beijo à mulher, merda, é sobrinha, estúpido, com estas confusões ainda maculas o bom nome do padre Manuel, e pôs-se a caminho.
Por aqui me fico, mas podem estar certos que o melhor ainda está para vir...
E assim se passou mais um dia desta (nem) sempre entediante vida na Parvónia.
2004/05/03
O vibrador da Ti Armanda. Como já vos disse num dia anterior, chegou-me aos ouvidos que esta excelsa exemplar de boa esposa se deslocou à farmácia da vila para comprar um vibrador.
Para começar tenho que vos dizer que ela já está nos sessentas e que o marido faleceu vai para um mês. Como a Ti Armanda, passado tão pouco tempo já anda com tanto fogo poder-se-á concluir uma de duas possibilidades. Ou o marido lhe dava esse calor e ela agora sente falta ou o marido nunca lhe deu o calor que ela realmente precisava e ela, finalmente livre, decidiu aquecer-se por si só. Inclino-me para esta última hipótese.
Como já vos disse anteriormente, a Ti Armanda vendeu o seu voto por um catálogo de uma sex-shop lisboeta. E então, não é que o raio da mulher decidiu partir, de armas e bagagens, para junto de um filho que tem em Lisboa? Coincidência, dirão alguns. Mas cá o vosso amigo é com’á Guidinha Rebelo Pinto... Não há coincidências... Ao que consegui apurar junto de fontes bem colocadas (cá vai mais uma inconfidência minha...) a dita senhora ficou tão entusiasmada com as variedades, cores e motorizações dos vibradores que agora não quer outra coisa onde gastar a reforma (e os vibradores têm vibradores sim senhora! Perguntem às vossas esposas se não acreditam em mim... Esta chalaça teve pouca graça... Enfim...).
E assim se passou mais um dia desta (nem) sempre entediante vida na Parvónia.
2004/05/02
2004/04/28
2004/04/27
Então, segundo as últimas sondagens, a coisa está assim:
MDQNQP – 0 votos
AU – 1 voto
IURD – 100 votos, mas como são ovelhas e não podem votar, 0 votos.
PUITA – 2 votos. O Toni Polícia e Chico Pamonha.
MPQJFSDPJF – 3 votos. O Presidente da Junta, a mulher e filha.
MAT – 4 votos. A sogra do Presidente da Junta (só para contrariar o genro que é fumador...), a Ti Alice e a Ti Anunciação que são as beatas que limpam a igreja e consequentemente têm de arrancar os restos da cera das velas a martelo pneumático e a Ti Armanda, porque um dos moços de Lisboa lhe arranjou um catálogo de uma sex-shop onde vinha um leque variado de vibradores.
SIC – 20 votos. Os mais beatos e as mais beatas que resistem tenazmente à corrupção (queriam um combinado e não um vulgar frigorífico de 40 contos).
SONAE – 40 trabalhadores da SONAE que foram obrigados a ir viver para a Parvónia, já que não eram produtivos nos locais de onde vieram. E é de toda a justiça esta deslocação. Onde já se viu mulheres grávidas a deixar de trabalhar 2 dias antes de ter a criança. E outras que até licenças de parto tiram. Isto na SONAE não pode ser. É chegar, parir, e voltar ao trabalho, se for possível numa manhã ou tarde.
FCP – 95 votos. Viva os frigoríficos! Viva o FCP! Urra! Viva a cultura do electrodoméstico!
Sobre este renhido confronto eleitoral darei conta mais lá para a frente. A coisa ainda agora começou. Vamos ver como aquece...
E assim se passou mais um dia desta (nem) sempre entediante vida na Parvónia.
2004/04/20
6) MAT – Estes demos, belzebús, demónios são o Movimento Anti Tabaco. Isto parece os Estados Unidos, meus senhores. Estes demos já estão tão infiltrados na nossa sociedade que agora até pela administração da junta fabriqueira lutam. Ai o diabo... Para uma igreja sem fumo, gritam eles pelas ruas. Ainda por cima são todos de Lisboa! Raios parta, do que se haviam de lembrar. Se estes gajos ganharem até o acender de velas vão proibir! Veja-se aonde já chegou o despautério.
7) SIC – Com esta vão ficar confundidos. Pudera. Até eu, que sou douto em questões político-económico-sociais-eclesiásticas-e-afins na Parvónia fiquei confundido... Chamam-se os Simples Irmãos de Cristo. E eu que pensava que Cristo era filho único. Afinal havia outra(os), já dizia uma cantora pimba que passou por um dos bailaricos cá da terrinha.
8) SONAE – Pois é. Com estes não há engano. É mesmo o Ti Belmiro que quer demolir a igreja para fazer um grande centro comercial (vulgo shopping) para açambarcar a maçaroca destas pobres 200 almas. Até já tem nome o sacrilégio. Será o Santo Shopping da Parvónia. Expansão a quanto obrigas... Onde já se viu. Um shopping para 200 pessoas. E cerca de 70% já ultrapassaram os 60 anos. Esta cambada tá douda. Ai tá, tá! O Ti Belmiro já ameaçou que se a sua SONAE não ganhar as eleições ele muda a sede das suas empresas para fora de Portugal. Este facto preocupou seriamente os habitantes da Parvónia. Não é que isso os afecte, já que quem beneficia com a SONAE são os municípios onde ela tem sedes. Mas há uma solidariedade de munícipes que os Parvonenses muito respeitam!
9) FCP – Não, não é o Pinto da Costa a estender os seus tentáculos. Tanto quanto sei este senhor, em assuntos de igreja fica-se por Fátima. São essas peregrinações, o rezar do terço à noite, com a sua muito devota esposa, esta já com larga experiência profissional na reza de joelhos no chão! (Foi bonita esta chalaça, digam lá ó mouros se não gostaram) Este outro movimento (estou farto desta palavra, mas não me ocorre outra. Faz-me lembrar os sem terra do Brasil que de repente se encheram de terra e erva (grama, uups grana!) é o Futebol Clube da Parvónia. Pois é! O futebol está em todas. Foi o bruxo do clube o Prof. Mané que os aconselhou a candidatarem-se. Eles nem sabem bem o que querem, nem porque se candidatam, mas convenhamos, isso não é o mais importante. Nas últimas sondagens realizadas pelo TouAqui, dono do café com o mesmo nome (será ele que tem o nome do café ou o café que tem o nome dele? Mistério...) a coisa estava renhida para os três últimos, mas com as recentes ofertas de electrodomésticos feita pelo Ti Horácio, o mui digno e honorável presidente do Futebol Clube da Parvónia, os votantes estão a inclinar-se em favor deste último.
4) PUITA – O nome é dado a más interpretações, eu já os avisei. Mas que querem? Eles teimam que lhes soa bem... Esta facção intitula-se Para Uma Igreja Totalmente Aberta. Pelos menos o nome soa bem quando se mistura com a palavra aberta. Esta é a ala revolucionária dos beatos locais. São o bloco de esquerda católico cá do sítio. Querem a liberalização das hóstias e da água benta. Não sei onde isto vai parar... Qualquer dia até exigem a liberalização do vinho eucarístico! Eu fui um dos primeiros a levantar a voz contra este movimento. É que para além do nome chateiam-me as blasfémias destes indivíduos! Liberalizar as drogas leves é uma coisa. Agora as hóstias e a água benta? Blasfémia!, grito eu a plenos pulmões, para vós que ouvis (uups, ouvir, ler, que salgalhada aqui fiz...)!
5) MPQJFSDPJF – A sigla nem cabe no raio do boletim de voto. É comprido comó diabo (mais uma, vais bem. Em assuntos da igreja o diabo não deve meter a colher. Porque quando mete já viste no que dá. São Papas a proibir métodos contraceptivos, etc... Valha-nos Deus...) e significa Movimento Para Que a Junta Fabriqueira Seja Dominada Pela Junta de Freguesia. O autor deste movimento é o já bem conhecido presidente da junta da Parvónia. Este açambarcador de cargos quer agora dominar a junta fabriqueira para arranjar maneira de gamar mais uns cobres (cuidado com os processos de difamação... Se ele lê isto... Ainda bem que o raio do homem não sabe ler...). Como mote de campanha enunciou ser sua intenção penhorar todos os objectos de arte sacra da igreja, que são em prata, para comprar uns mais bonitos em latão brilhante, que até nem dão tanto trabalho a limpar... Apesar das divergências é de louvar esta bela intenção. Estou em crer que será coincidência o facto de ele já ter prometido à filhas e à mulher uns cordões, brincos e anéis em prata maciça.
2004/04/17
Dia 6
Na Parvónia vão decorrer as mais importantes eleições. Não são as europeias, não. São as eleições para a junta fabriqueira (para os menos entendidos este orgão é o que gere a igreja e os assuntos eclesiásticos). Vai ser uma loucura!
Já todas as facções se apresentaram a combate. Passo a enumerá-las por ordem crescente de importância:
1) MDQNQP – Movimento Dos Que Não Querem Perder. Como o nome indica estes são os optimistas por natureza... Estão cheios de fé na vitória... Tanta que até extravasa...
2) AU – A sigla é simples, mas esta facção é complexa. São os Anárquicos Unidos. Ou melhor, é. Singular. Esta facção é composta pelo Sr. José. Anarquista militante (non-sense) desde 1921, data em que foi como criado de servir para uma casa de burgueses, em Lisboa.
3) IURD – Esta dispensava apresentações. É mesmo aquela igreja evangélica que chupa couro e cabelo. Aquela mesma em que o chefe máximo foi filmado a nadar em dólares. Pois bem aqui na Parvónia não há teatros velhos ou antigos cinemas degradados para comprar. O lugar com maior lotação é o curral da Ti Alzira, onde cabem 20 vacas, 10 porcos e um rebanho de ovelhas. Este já eles tentaram comprar. A Ti Alzira, lá com as cantilenas de Jesus para aqui, Jesus para acolá quase foi na cantiga. Eis senão quando chega um sobrinho que conheceu aqueles marmanjos pelo fatinho manhoso e pelo sotaque brasuca. Vai atrás do curral buscar um estadulho (para quem não saiba... Vá ver ao dicionário e se não encontrar lá a palavra mande um mail que eu explico) e correu-os de lá à estadulhada. Bendita criatura! Passaram então à verdadeira ofensiva. Conquistar a igreja. Vamos lá ver se conseguem. Eu ainda estou para compreender para que querem eles o espaço. As únicas ovelhas que arrastaram para o seu rebanho divino foi as da Ti Alzira, que quais Judas se venderam antes do curral. Vejam lá que agora até a lã e os cordeiros do rebanho da Ti Alzira vão parar ao lobo esfaminto da IURD.
Recebi hoje uma cacha de primeira. Mas vou começar do início.
Estava eu num dos meus passeios campestres, cigarrito nos queixos, para melhor apreciar o cheiro da natureza, quando ouço um restolhar no meio de um giestal. Pensei que fosse o coelhito ou uma lebre. Paro, sento-me numa pedra e espero que o cigarro se fume enquanto descanso uns minutitos. Novamente ouço o restolhar, mas desta vez profundo e acompanhado por uns rouquejos. Oh diabos, pensei eu. Queres ver que ainda para aqui um estúpido de um javali? De repente, qual bela com um grande senão, sai do giestal o Carlos Mourão. Vem direito a mim e estende-me a mão em convite para um cumprimento. Disse-lhe que passava bem sem aquele aperto de mão tendo em conta as actividades ecológicas que ele tinha desenvolvido lá pró giestal. Ele riu-se e disse-me que gostava mais assim. Faz lembrar bons velhos tempos! Assenti nesta lógica ilógica (mas quais bons velhos tempos?) e continuamos a conversar. É um personagem que muito prezo nesta parvónia. Em tempos mais tristes contarei a história da sua vida. Foi então que recebi a cacha, a Armanda, mulher recém viúva, do alto dos seus sessenta anos, teria ido à vila comprar um vibrador na farmácia. Bem, por hoje estou cansado, facto compreensível se tivermos em linha de conta as desventuras de hoje. Continuarei a história da Armanda e do vibrador amanhã.
E assim se passou mais um dia desta (nem) sempre entediante vida na Parvónia.
2004/04/16
Extra! Extra! Grande acontecimento na Parvónia!
O Ti Chico deu entrada com um processo inédito no tribunal da comarca que rege cá a Parvónia. Ora vejam lá. Não é que o raio do homem decidiu processar a Junta por esta não ter tomado medidas para evitar as geadas que lhe queimaram as vinhas? O Ti Jaquim, digníssimo Presidente da Junta da Parvónia, já reagiu dizendo que não era a Junta que devia ser processada, mas antes o Governo, já que o inepto (esta palavra é minha. O termo que ele usou, e que não pode ser reproduzido neste espaço foi bem mais vernáculo...) Ministro da Agricultura (mais uma substituição minha. Por lapso ele referiu-se a um ministro de outra pasta; a da Ingricultura) que não soube comunicar de forma conveniente com o Conselho Episcopal Português. Só esta entidade teria o divino poder de intervir junto de São Pedro, e desta forma, ter evitado tal catástrofe.
Como medida imediata o Ti Jaquim já prometeu que as verbas da Junta do orçamento de 2005 serão gastas numa peregrinação a Fátima, prevenindo futuras acções nos tribunais quanto à inépcia da Junta. Ainda a acrescentar a preservação das almas das gentes com a criação deste fundo mariano capitalizável, com uma taxa extremamente atractiva, 5% de terços rezados ao ano!!! Foram pulos e aclamações do chefe máximo. Mais uma vez esteve em grande. Sempre a pensar no futuro dos cidadãos. Como ele há poucos, infelizmente. Até o durão do Ti Chico se comoveu, e por obra e graça do Espírito Santo, perdão, de Nossa Senhora de Fátima, foi resolvida uma disputa que prometia, qual novo caso casa pia, arrastar-se em jornais e na barra do tribunal. Valha-nos Deus, perdão, Nossa Senhora de Fátima.
E assim se passou mais um dia desta (nem) sempre entediante vida na Parvónia.
Fui acordado pelo buliçoso barulho do diabo de um tractor. Bendito acordar! Foi a abençoada ida de incansáveis trabalhadores para a labuta de um dia a dia difícil e custoso. Eu, aberrante criatura com terríveis sentimentos de culpa fiquei nesta cama quente e fofa.
Sofro de uma alergia de origem genética ao trabalho. Soube que um meu tetra avô sofria desta mesma anomalia. É uma pequena deficiência ao nível do cromossoma 17, no gene 234, em que há a substituição de uma base guanina por uma arginina. Esta altera toda a leitura do gene, dando origem à formação de uma proteína, altamente reactiva, chegando mesmo a provocar uma intensa reacção anafilática, podendo, em casos de grande intensidade física provocar estado de choque.
Resumindo, não posso trabalhar. Não por calacice, mas por uma grave condição médica. Era sempre preferível, como qualquer bom cidadão da Parvónia, dedicar o meu dia ao trabalho agrícola. Que bafejados pela sorte são estes meus concidadãos! Eu que levo esta vida de tédio, sempre em passeios pelo campo, lendo e ouvindo música, dormitando à lareira fumando um bom charuto e com um balão de puro malte na mão. Triste sina a minha...
E assim se passou mais um dia desta (nem) sempre entediante vida na Parvónia.
Cá continuamos. Mais um dia de tédio. Mais um escrito mal escrevido. O mundo pula e avança. Cá na Parvónia não. Nem pula nem avança. Antes regride. Continuando... Cá vai mais uma personagem.
O Ti Polícia. Dos mais pobres cá do sítio esta personagem viveu e vive miseravelmente. Será mau karma? Nunca teve nada a ver com as forças da lei. Nem nada que se assemelhe. Donde lhe saiu a alcunha não sei. Se fosse hoje poderia pensar que de comum com as forças de segurança seria o estado de miséria em que ambos nadam. Como já vem de longe, e mais uns anos perdurará já que da sua extensa prole, alguns lhe herdaram a alcunha. O Toni Polícia, por exemplo. Aqui à dias deu-me um precioso conselho. Andar com ceroulas o ano todo. Faça sol, chuva ou neve, sempre as ceroulas vestidas. Mas não se ficou por aqui. Outra preciosidade me transmitiu. Não se lava vai para vinte anos. Foi da última vez que foi ao rio lavar a roupa, no Verão. Pronto a mostrar-me o extremo benefício de tal remédio arregaçou calças e mostrou-me as pernas. Branquinhas que até ofuscavam. Não sei se foi do brilho, ou do cheiro nauseabundo que tive que suportar, quase desmaiei. Quero crer que foi da luminosidade.
E assim se passou mais um dia desta (nem) sempre entediante vida na Parvónia.
Dia 1:
Cá estou eu, a leste do paraíso. Na terra onde não há notícias quem tem um fait-diver é rei. Sem nada que fazer não me apetece pensar. E muitos menos escrever. Nem compreendo porque o estou a fazer... Mas bem, já que comecei, cá vai. Este pretende ser o diário de alguém vilmente enclausurado na parvónia, uma terra que por sinal até vem no mapa, mas onde nada se passa. O quotidiano... Mas qual quotidiano? Este terra não vive. Sobrevive. Cá vou eu começar a minha crítica.
Tomemos um exemplo. O Ti Jaquim. É o presidente da Junta. Tenho que começar pelo peixe graúdo. É um gordo e atarracado personagem que governa a Parvónia como ninguém. Textualmente, como ninguém. Simplesmente o raio do homem não quer saber de trabalho. Em como pinguem os 30 contos (ou lá quanto é isto em euros) tudo corre sobre rodas. Em suma, esta personagem é a antítese do trabalho. Tem uma desculpa; quando andou na Guerra das Minas (trabalhou em Espanha como mineiro, logo numa mina. Mina, explosões de dinamite. Explosões de dinamite, guerra. Guerra, Guerra das Minas. Percebido???) foi vítima de um acidente sofrido no âmago do seu ser – ficou impotente. Este pormenor da impotência parece secundário mas não é. Passo a explicar: os animais podem ser usados como padronizantes para comportamentos impulsivos, primários (vulgo animalescos). Um animal macho é activo na procriação, defesa do território, alimentação, etc. Um macho castrado torna-se um animal indolente que associa a falta da procriação à falta de vontade para os outros comportamentos. Torna-se, frequentemente, efeminado, sendo recebido, quando o animal vive em grupo, como uma fêmea. Como uma fêmea ele ainda não é recebido, mas lá que é calaceiro e indolente... Resta dizer que o homem é um analfabeto. É verdade. Assina de cruz e tudo. É muito giro quando vai às reuniões da Câmara e lhe dão papéis para assinar. Já toda a gente sabe que ele não sabe ler. Mesmo assim fica a fazer que lê durante uma boa meia-hora para depois dizer em tom pomposo, acho muito bem que se façam estas obras. Isto tudo para depois assinar de cruz. O pior foi quando lhe deram um papel numa reunião de há dois meses. No fim, aquando das assinaturas, palhaçada do costume. Boas obras! – disse o Ti Jaquim. Foi quando lhe disseram que aquela era a lista de donativos, em que cada um participava com 100 euros para uma missão de cooperação com Moçambique, que o homem foi aos arames! Mas arrotou com a maçaroca como um homem grande!
Pronto. Cá fica esta descrição primária sobre uma personagem que, com toda a certeza, dará muito que falar...
E assim se passou mais um dia desta (nem) sempre entediante vida na Parvónia.
2004/03/15
Ao fundo do largo vejo as velhas e negras marmotas, em passos largos e cadenciados, quando momentos antes gemiam e mancavam, dirigirem-se ao Olimpo que as espera, para remirem os pecados cometidos e por cometer. Negros corvos contrastantes com a alva perplexidade que as espera vão enfrentar um Deus que a todos cura e a todos mata.
2004/03/14
2004/02/26
ou outras pessoas que nos falaram de religião, ou seja quando éramos mais
novos, para mim deus só existia porque me contaram a historia da bíblia etc.,
etc., da sua presença ou existência nunca me apercebi nem dei muita
importância, apenas seguia o caminho ou seja ter Fé.
tento traçar a minha própria religião, tentando fazer da religião um caminho
livre e não seguindo aquelas regras todas a maior parte absurdas.
essa fé resume-se a que renego absolutamente que a nossa existência seja
apenas isto, esta vida , pois assim seria uma tremenda injustiça não achas?
Pois se fosse apenas isto era justo todos começarmos do nível 0
E a partir dai cada um evoluía a sua maneira.
razão teológica através de uma mente bastante fértil pois sobre esse assunto
não me pronuncio pois não faço a mínima ideia como tudo começou, mas acredito
em algo superior que conseguiu isto tudo (devia ser um engenheiro com o curso
tirado na UBI!!!)
como um religioso que acredite em deus; apesar de ambos terem princípios
diferentes ambos têm fé, a sua própria fé.
reencarnação pois pelo meu ponto de vista, se temos que reencarnar várias
vezes até nos purificarmos de estado em estado sem podermos regredir,
significa que todos os seres caminham para a redenção e quando todos
conseguirem será o inicio de um novo ciclo.
um dia a terra vai ser destruída e a igreja serviu-se desse facto para
assustar as pessoas e tentar que elas seguissem aquele tipo de religião cega
para a hierarquia da igreja usurpar poderes e riquezas de todo mundo, a
alegoria do inferno vai dar à mesma merda .