Água I
O INAG recomendou que as entidades que gerem o fornecimento de água cobrassem o dobro às pessoas que gastassem em excesso, definindo um excesso dúbio. Esta medida é mediática, chama à atenção primária dos consumidores mas efectivamente não se traduzirá em nada mais que o simples engordar de contas.
Isto porque em Portugal a maior fatia do gasto de água pertence à indústria, logo seguida pela agricultura e serviços, sendo que só depois aparecem os consumidores particulares. A fatia destes é baixa e ridícula e se quisermos ser realistas não conta peva para manter as reservas aquíferas do país. Se quisermos educar o povo e por uma questão de racionalidade e civismo o quisermos levar a incutir o ideal da poupança de água devíamosadoptar medidas educativas e não punitivas ou restritivas.
Definir uma família média como composta por 3 pessoas e meia (este meia...) sem ter em consideração o tamanho efectivo de cada agregado familiar, podendo esta ter 8 ou 9 pessoas ou só ter 2, é um absurdo completo, ainda por cima quando se estimula o aumento da taxa de natalidade e o aumento do número de filhos por casal. Imagine-se uma família com 5 ou 6 filhos ou uma família com os ascendentes a viver na mesma habitação vai ultrapssar o excesso definido sendo assim punida quando ao invés estes agregados familiares devem ser favorecidos.
Em resumo estes problemas de falta de água, que assolam há mais anos o sul de Espanha levou--os a criarem planos como o da transferência de água entre rios, que causou grande celeuma em Portugal e criaram várias estações de dessalinização de água do mar para uso agrícola.
Isto é uma questão de pensarmos em que é que queremos apostar. Queremos apostar na agricultura de regadio nas tradicionais zonas de sequeiro alentejanas? Se o queremso fazer, e queremos senão não tínhamos construído o elefante do Alqueva, um projecto anacrónico à nascença, temos que pensar onde a vamos buscar, sabendo que ela é limitada, escassa e tenderá a ser mais escassa no futuro.
Agora punir absurdamente o consumidor final não parece fazer grande sentido, nem ser preecedente de uma política ambiental que entre em linha de conta com os reais problemas que a água apresenta e apresentará. Se realmente queremos tomar medidas de fundo e preservar as reservas aquíferas de que dispomos temos que pensar em escala.
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