Os Media e o Poder
É certo e sabido que a comunicação social portuguesa é tendencialmente de esquerda.
Mais uma vez, este facto ficou bem provado aquando da passada semana em que foi constituído o novo governo.
Até ao momento do anúncio dos novos nomes não foi publicada uma notícia que pudesse agitar e importunar José Sócrates ou o PS. Tudo foi feito com a maior discrição e com a devida conivência dos media.
Eram muitos os rumores que circulavam pelas redacções. Mas quantas notícias foram feitas daí? Zero.
Agora façamos a comparação.
Pedro Santana Lopes foi indigitado Primeiro Ministro. Foi-lhe pedido que em 3 dias formasse governo. Nesses 3 dias quantas notícias sobre convites, eventuais rejeições, problemas com a formação do governo, etc, foram veiculadas pelos media? Ele foi primeiras páginas de jornais, artigos de fundo de semanários e revistas, aberturas de telejornais, destaques na rádio, etc.
Só notícias com eventuais nomes para Ministro das Finanças quantas foram? Cadilhe, Beleza, etc. Tudo isto para quando foi divulgado o elenco governativo passarem ao ataque cerrado.
Esta é uma comparação simples mas não simplista.
2 comentários:
É verdade que os jornalistas não escondem fácilmente as suas preferências e isso reflecte-se no tratamento mas não é só isso. Sócrates soube gerir o silêncio, Santana não geriu o silêncio, deu uma entrevista em exclusivo com Ricardo Costa nos jardins S. Bento e avançou aí com a ieia de descentralizar os ministérios pelo país e de ter um governo mais pequeno. Falou literalmente antes do tempo.
Não há dúvida que Sócrates geriu melhor o silêncio. Mas o que me preocupa é o saber que os jornalistas foram coniventes com esse silêncio. Eles sabiam e não deixaram que o público o sobesse. Isso dá uma medida enganosa da gestão dos silêncios. Porque a diferença é mais evidente nos media, e não tanto nos emissores ou nos receptores.
Enviar um comentário