2003/11/02

As escutas




Já sabia ser Ferro Rodrigues um indivíduo mal-formado, mal educado, resingão, entre outros epítetos que me vão vindo à mente, mas que eu, não querendo descer ao estilo trauliteiro e “da canelada” não vou escrever. As escutas levadas a cabo pela PJ, e agora tornadas públicas, mostram que o PS e o seu líder seriam a verdadeira mafia portuguesa, se tivessem sido eleitos.
Alguém tem dúvidas quanto ao significado das conversas telefónicas reveladas? É mais lógico continuar a acreditar em cabalas míticas onde tráficos de influências ao mais alto nível estariam a ocorrer, para eliminar o maior partido da oposição ou, simplesmente ler as transcrições das conversas telefónicas que revelam com certeza uma cabala bem urdida pelo maior partido da oposição para livrar de responsabilidades judiciais um dos seus dirigentes? De que mostraram medo os dirigentes do PS? Qual a razão de tanta azáfama em volta de suspeitas sobre um dos seus deputados e dirigente do partido?
Compreendo estas movimentações e tentativas de controlar desfechos judiciais, sobretudo para controlar efeitos de exposição mediática. Compreendo, mas não aprovo. Geralmente isso é feito em relação a crimes ligados ao capital, os chamados de colarinho branco. Mas é a primeira vez que se tem conhecimento do envolvimento de um partido na tentativa de sonegar a implicação de um seu dirigente num crime contra pessoas. Ainda vou mais longe. Admito razoabilidade na intervenção por um companheiro e amigo em quase todos os crimes. Há poucas excepções e essas são preciosas. Violação (de mulheres, crianças) e homicídio são essas poucas. E para elas não há perdão. Fazem-me sempre pensar se não haverá realmente justiça, no que refere à mais primordial condição para o homem que é sentir-se vingado, na morte de quem é tão perverso e indigno de viver.


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