2004/05/06

Dia 11



Aqui à dias o Padre Manuel recebeu uma convocatória do bispado para comparecer na Cidade Grande. O velho padre já sabia para o que ia. Este pastor de ovelhas tão malhadas e tresmalhadas só era chamado à presença do dono, perdão, do Sr. Bispo, para levar reprimendas e aturar sermões mais monótonos e entediantes que os seus, sabendo de antemão que lá ia o bispo divagar sobre a escatológica vez em que beijou o Papa.

Foi uma semana de espera dura para o pobre e cansado padre Manuel.

No dia D lá partiu o padre Manuel, no seu Corsa 1.5D, pago pelos cinzentos pecadores que bafiam a igreja da Parvónia, para a Cidade Grande. A reunião era às 11 e o tempo médio para chegar à cidade ronda os vinte minutos. Mas estes padres velhos jogam sempre na antecipação. No dia anterior já tinha mandado a mulher, oops, a sobrinha ou criada, ou lá como ele lhe chama, lavar o carro, dar lustre aos pneus, verificar o óleo, passar-lhe a batina a ferro, dar-lhe banho a ele e preparar-lhe um bom farnel. Estava preparado para sair exactamente às 6 e 45. Um quarto de hora atrasado para aliviar tensões mais carnais. Deu um beijo à mulher, merda, é sobrinha, estúpido, com estas confusões ainda maculas o bom nome do padre Manuel, e pôs-se a caminho.

Por aqui me fico, mas podem estar certos que o melhor ainda está para vir...

E assim se passou mais um dia desta (nem) sempre entediante vida na Parvónia.









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