2003/07/22

Definição




Sou fortemente político. Tendo a politizar todas as relações e contextos sociais. Por isso uma definição.
Sou militante de um partido político que abrange todas as áreas políticas (todas todas também não), o PPD/PSD.
Regularidade




Sou de uma regularidade e constância a colocar posts que até estou surpreendido! Afinal também sou capaz de pensar pelo menos uma vez por semana. E às vezes até fazer poemas....
(Sub)Pioneiros em algo




"The submarine is another type of war apparatus, one the utility of which promises to be very great. It is of recent origin. At the time of the Spanish-American War there were only five submarines in all the navies of the world, and of this number three were in the French navy, one in Italy and one in Portugal".
Angústias nocturnas




Triste espírito que me assombras
Que tão familiar me pareces? Quem és,
Conheço-te. Conhecer-me-ás tu?
- Conheço. A tua alma sou!


O pio do mocho, o uivar do lobo,
O brilho das campas no cemitério.
Achais a imagem terrível? Ó pobres,
Ao pé do meu sofrer, angelicais paisagens são!


2003/07/20

Terrorismo




Nunca compreendi o que passa pelas cabecinhas de esquerda quando defendem a auto-intitulada luta pela pátria palestiniana. Aceito que a Palestina deva ser um país. Historicamente foram conquistados por Israel e já não estamos na idade média para a conquista militar legitimar qualquer ocupação. Logo, Israel deve aceitar um estado palestiniano livre e independente. Mas não concebo que a Palestina ganhe esse estatuto à custa do medo, da violência, em suma, do terrorismo. Como é que podemos pensar que os actos de terrorismo dos grupos extremistas palestinianos são uma luta justa pela pátria? E logo a seguir condenar as respostas israelitas como agressões militares contra uma população civil indefesa, inocente e desarmada? Em primeiro lugar, sempre que os israelitas ripostaram os alvos eram políticos (envolvidos no terrorismo) ou para-militares. Quando havia baixas civis estas eram por danos colaterais inerentes a qualquer guerra. E, os palestinianos estão em guerra com Israel. A diferença é que os israelitas travam uma guerra “honesta” com um alvo não-civil bem definido, enquanto que, os palestinianos matam indiscriminadamente qualquer judeu. É também de notar que muitos dos alvos abatidos eram tão humanos e sensíveis que se faziam rodear de escudos humanos, que geralmente eram crianças, essas sim inocentes. Quem são os criminosos neste caso? A juventude palestiniana é treinada desde a infância em campos de morte para um dia “sacrificarem” a vida num atentado. Mas, não serão estas crianças simplesmente condicionadas a fazê-lo, sem esta ser uma escolha consciente e racional das mesmas? Os atentados suicidas merecem uma reposta militar. Não por serem militares a praticá-los, mas por serem actos de guerra contra um país, crimes bárbaros e sanguinários contra alvos civis (e poucos militares) indefesos e socialmente evoluídos ao ponto de não responderem na mesma moeda, isto é, com bandos de civis armados, matando qualquer pessoa da população inimiga. Por serem respeitadores de valores sociais e civilizacionais deixam a resposta para quem está mais apto e disciplinado para exercê-la. E, se repararmos bem, nunca é desproporcionada. Os grupos palestinianos armados não merecem ser intitulados de soldados. Um soldado vai para a guerra e enfrenta outros iguais a si. Tem ordens, tem missões para cumprir. Não vai para matar civis. As suas missões não o destinam a causar o maior número de baixas indiscriminadas entre militares e civis da população inimiga.


Guerra colonial




Sempre tinha pensado na guerra colonial como mais uma tentativa de um país anacrónico para continuar a ser um pseudo-império. Tinhamos ido à luta para refrear as pulsões independentistas de uma áfrica lusitana que, cada vez mais, queria ser como os seus irmãos, devolvida aos seus legitimos proprietários, por assim dizer. Mas, nos últimos tempos, outros factos têm despertado a minha atenção. Primeiro, e contra o que eu sempre tive por adquirido, não estávamos a perder a guerra. As nossas baixas sempre me pareceram enormes, mas, para o desenrolar do conflito, foram reduzidas. As baixas do inimigo, que na altura eram grupos terroristas e matavam portugueses civis e inocentes foram bem mais elevadas. Logo, a nossa guerra colonial, e todos os países europeus tiveram as suas, foi bem melhor conduzido que o que eu pensava. A nossa descolonização foi uma vergonha, o que eu já sabia, e podia ter sido muito mais vantajosa para nós. Evitar-se-iam as grandes perdas humanas e monetárias que a seguiram. E sempre tínhamos saído com a cabeça mais erguida.


A Noite




A noite louca entra nos meus ouvidos
E polui a minha alma. Então
Anseio por cigarros.
Numa baforada de alívio e compreensão
Uma extensão amiga que me compreende,
Que eu domino, controlo, uso e deito fora.
Sonoridade tão pouco sonora
Que perturba o meu descanso. Um carro.
Ouço passos. Gente que comigo mora.
E penso no cigarro...


Conto - Traição Ardente




No adro da igreja juntavam-se velhos e novos, uns na conversa, outros na brincadeira.

O Carlos, mais conhecido por Moleiro, alcunha herdada do seu avô, apresentava-se no seu fato berrante de emigrante regressado à pátria. Ria-se alto e contava as alarvidades do costume.

-Lá, onde eu estava, a vida é que era boa! Comida, bebida, dinheiro, era tudo com fartura! Rica vidinha lá tinha... Tudo gente boa, amiga de dar.

-Mal empregue o que caía em tão ruim corpo... Sussurou o Chico Careca.

Só o Padre Baptista, com ar soturno e distraído, não comungava as risadas dos companheiros de conversa. Lembrava-se das palavras do moleiro na confissão

-Senhor Padre Baptista, perdoe-me porque pequei. Desejei uma mulher e cometi um pecado com ela.

-E quem é ela meu filho?

-A Ti Mariazinha, a mulher do Careca.

A resposta ácida do Chico Careca trouxe-lhe uma preocupação gelada, como o ar da serra que começava a soprar.

-Ó Carlos, tu falas muito mas vieste bater cá com os ossos. Falas muito mas pouco dizes.

-Foram as saudades. A saudade pode muito. Esta terra é bonita como o diabo. Dá-nos a volta ao miolo. Aqui fui nado e criado e é aqui que quero ser enterrado.

-Ai morres, morres seu animal. Com a minha mulher! Ora vá-se lá a ver! Não vais esperar muito pelo troco...Pensou o Chico Careca.

O ar carregado e frio convidava ao recolhimento caseiro. Um vento gelado, vindo das serras galegas, enregelava os paroquianos que se iam afastando, cada um na ânsia de chegar a casa e sentar-se ao calor de uma bela lareira.

-Até já!ouviu-se o Careca a despedir-se, num esgar cínico, do Moleiro.

O Moleiro ao chegar a casa deu por si a pensar na discussão passada.

-Olha aquele diabo do Careca, sempre bem-disposto, pronto a emborcar um copo ou dois na taverna do Ti Zé, esteve hoje carrancudo e provocador como nunca. Nem com um grão na asa o vi tão ruim. E o até já de despedida... Não tinha combinado nada para hoje. Será que ele... Não, é muito covarde!

O Careca entrou em casa seguido da mulher. Foi ao coberto buscar uma carqueja e uns paus para acender o lume. A mulher começou a tratar do almoço. Ele foi para o estábulo, a pretexto de alimentar o burro. Começou então a matutar, sentindo o veneno do ódio a percorrer-lhe as veias, queimando-o, dilacerando-lhe a natural pacatez da alma. E teve sede. Vontade de cobrir a vergonha com o álcool que tão felizes amnésias lhe proporcionava. Abandonando-se, foi para casa. Até ao fim da refeição, nem uma mosca se ouviu naquela casa. Comeram e beberam, ele mais bebeu do que comeu, e no fim, quando a Ti Mariazinha se ia levantar da mesa para buscar o copo de aguardente com que o Careca rematava sempre as refeições, levou tal bofetada que foi ao chão num instante. Quando ia começar a falar, o Careca, com os olhos injectados e flamejantes, deu-lhe tal paulada que a fez desmaiar.

Quando acordou estava no lagar amarrada ao ferro. Sentiu um cheiro estranho no ar que lhe fazia arder os olhos. A cabeça latejava de dor. De repente, ao perceber o que era o cheiro gritou. Não! Não podia ser. Ele não tinha coragem. E voltou a gritar. Gritou até ficar sem voz. Mas o lagar era fundo e numa adega escavada na rocha. Nada se ouvia lá fora.

Por fim abriu-se ao cimo da adega a porta. O Careca entrou por ela como um louco e com a garrafa de aguardente na mão. Os seus lábios tinham um esgar de ódio ébrio. Trazia uma vela. O medo apoderou-se, por fim, em pleno da Mariazinha. E tentou falar. Não conseguiu. Estava sem voz. Nunca tinha visto o seu Chico assim. Parecia o demónio.

-Então pensavas que me enganavas. Que eu era burro. Sim, corno e burro. Sempre foste muito estúpida. O emigrante deu-te a volta? Pois agora vais ver. A mim ninguém me engana e fica vivo para o contar. Maldita, vais morrer. Morrer queimada como uma bruxa que és, traidora.

O Careca deu então um passo, trôpego da aguardente, e tropeçou no depósito da gasolina, que imediatamente se começou a espalhar por toda a adega. Na queda, e na tentativa de se agarrar ao muro do lagar, tombou a vela. Num instante, a adega transformou-se num inferno de labaredas. A Mariazinha, num último momento de raiva, gritou:

-Maldito sejas, desgraçado que nos mataste...

Mas o Careca ria-se a bom rir, feliz por morrer com a honra de corno traído restaurada.

2003/07/12

Pensamento




Como posso querer que meus amigos entendam as coisas
loucas que passam pela minha cabeça, se eu mesmo, não
entendo?


Salvador Dalí

2003/07/09

Loucos




Gravação na secretária electrónica do Centro de Saúde Mental :
" Obrigado por ligar para o Instituto de Saúde Mental ,
sua mais saudável companhia nos seus momentos de maior loucura . "


- Se você é obsessivo-compulsivo pressione 1, repetidamente.
- Se você é dependente, peça a alguém que pressione o 2 por você .
- Se tem múltiplas personalidades pressione o 3,4,5, e o 6.
- Se você é paranóico, sabemos quem é, o que faz e o que quer .
Espere na linha enquanto localizamos a sua chamada.
- Se você sofre de alucinações, pressione o 7 e sua chamada será
transferida para o Departamento de Elefantes Cor de Rosa .
- Se você é esquizofrénico, escute cuidadosamente e uma vozinha dir-lhe-á
que número pressionar.
- Se você é depressivo, não importa o número que disque. Ninguém vai
responder.
- Se você sofre de amnésia, pressione o 8 e diga em voz alta o seu nome,
endereço, número do bilhete de identidade, data de nascimento , estado
civil e o nome de solteira da sua mãe.
- Se você sofre de stress pós-traumático, pressione lentamente a tecla # até
que alguém tenha piedade de si.
- Se sofre de indecisão , deixe sua mensagem logo que escute o bip ou
antes do bip..... ou depois do bip... ou durante o bip... De qualquer modo,
espere o bip...
- Se sofre de perda de memória para factos recentes, pressione 9.
- Se sofre de perda de memória para factos recentes, pressione 9.
- Se sofre de perda de memória para factos recentes, pressione 9.
- Se tem baixa auto-estima, por favor desligue. Os nossos operadores
estão ocupados a atender pessoas importantes.
Quem sabe, sabe!




Num exame de Física da Universidade de Copenhaga saiu a seguinte questão: «Descreva como determinar a altura de um arranha-céus usando um barómetro.»
Um estudante respondeu: «Amarre uma longa corda à parte mais estreita do barómetro, a seguir faça baixar o barómetro do telhado do arranha-céus até ao chão. O comprimento da corda mais o comprimento do barómetro será igual à altura do edifício.»
Esta resposta altamente original enfureceu o examinador ao ponto de chumbar imediatamente o estudante. O estudante apelou baseando-se no facto de que a sua resposta estava indubitavelmente correcta e a universidade nomeou um árbitro independente para decidir o caso.
Na verdade o árbitro decidiu que a resposta estava correcta, mas que não demonstrava qualquer conhecimento de Física. Para resolver este problema foi decidido chamar o estudante e permitir-lhe que em seis minutos providenciasse uma resposta verbal, que mostrasse, pelo menos, uma certa familiaridade com os princípios básicos de Física.
Durante cinco minutos o estudante ficou em silêncio, franzindo a testa em pensamento. O árbitro lembrou-lhe que o tempo estava a passar, ao qual o estudante respondeu que tinha diversas respostas extremamente relevantes, mas que não sabia qual delas utilizar. Sendo avisado para se despachar, o estudante replicou da seguinte forma:
«Em primeiro lugar, poderia pegar num barómetro, ir até ao telhado do arranha-céus, deixá-lo cair ao longo da parede e medir o tempo que ele demora a atingir o chão. Desta forma, a altura do edifício poderá ser trabalhada a partir da fórmula : H= 0,5g x t2. Mas isto seria má sorte para o barómetro.
Ou, então, se o sol estivesse a brilhar, poderia medir a altura do barómetro, depois de assentá-lo na extremidade e medir o comprimento da sua sombra. Em seguida, iria medir o comprimento da sombra do arranha-céus e, depois de tudo isto, seria uma simples questão de aritmética proporcional para calcular a altura do arranha-céus.
Mas, se quiserem ser rigorosamente científicos acerca disto, poderão amarrar uma longa corda ao barómetro e abaná-lo como um pêndulo, primeiro ao nível do chão e depois ao nível do telhado do arranha-céus. A altura é trabalhada pela diferença na força da gravidade: T=2p.
Ou, se o arranha-céus tiver uma escada exterior de emergência, será mais fácil usá-la e marcar a altura do arranha-céus em comprimentos do barómetro, e em seguida adicioná-los por aí acima.
Se, simplesmente, quiser ser chato e ortodoxo na resposta, certamente, poderá usar o barómetro para medir a pressão de ar no telhado do arranha-céus e no solo, e converter os milibars em pés para dar a altura do edifício.
Mas uma vez que estamos constantemente a ser exortados a exercitar o pensamento independente e a aplicar os métodos científicos, indubitavelmente a melhor forma seria ir bater ao porteiro e perguntar se ele gostava de ter um barómetro bonito, e oferecia-lho desde que ele me dissesse a altura do arranha-céus.»
O estudante era Niels Bohr, o único Dinamarquês que ganhou o Prémio Nobel da Física.
A Bandeira Nacional




Após a instauração do regime republicano, um decreto da Assembleia Nacional constituinte datado de 19 de Junho de 1911, Publicado no Diário do Governo nº141 do mesmo ano, aprovou a Bandeira Nacional que substituiu a Bandeira da Monarquia Constitucional. Este decreto teve a sua regulamentação adequada, publicada no diário do Governo n.º 150 (decreto de 30 de Junho).
A Bandeira Nacional é bipartida verticalmente em duas cores fundamentais, verde escuro e escarlate, ficando o verde do lado da tralha. Ao centro, e sobreposto à união das cores, tem o escudo das armas nacionais, orlado de branco e assentado sobre a esfera armilar manuelina, em amarelo e avivada de negro.
O comprimento da bandeira é de vez e meia a altura da tralha. A divisória entre as duas cores fundamentais deve ser feita de modo que fiquem dois quintos do comprimento total ocupados pelo verde e os três quintos restantes pelo vermelho. O emblema central ocupa metade da altura da tralha, ficando equidistante das orlas superior e inferior.


Coragem




"The Persian host was so prodigious that their arrows would conceal the sun:"


--"So much the better" (he replied), "we shall then fight in the shade."


Leónidas, Rei de Esparta.


O Infante




Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma.


E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.


Quem te sagrou criou-te português.
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!


Fernando Pessoa A Mensagem
Dom Casmurro


Li o Dom Casmurro do Machado de Assis. Apesar de ser preconceituoso em relação ao Brasil e ao seu nível cultural (e escrever na afirmativa brasil e nível cultural não deixa de me provocar um sorriso cínico) tentei ser isento na sua avaliação. E que surpresa tive! Fiquei absolutamente deslumbrado com a qualidade literária do senhor. Nele encontro um paralelo muito marcado com Camilo Castelo Branco, fundamentalmente com Eusébio Macário e seguintes (sei que esta comparação nada tem de original mas, tinha que relatá-la). Gostei. Gostei mesmo muito. Mais surpreso fiquei com a biografia desse senhor. Autodidacta, baixo grau de instrução escolar e, no entanto, possuidor de uma capacidade literária de altíssimo nível. Resta-me o regozijo por ter sido devidamente reconhecido em vida tendo sido fundador e presidente da Academia de Letras do Brasil (penso que será este o nome da Academia).
Amor e Amizade




“ – Não – disse o principezinho. – Ando à procura de amigos. O que é que “estar preso” quer dizer?
- É uma coisa que toda a gente se esqueceu – disse a raposa. – Ora vê: por enquanto, para mim, tu não és senão um rapazinho perfeitamente igual a outros cem mil rapazinhos. E eu não preciso de ti. E tu também não precisas de mim. Por enquanto, para ti, eu não sou senão uma raposa igual a outras cem mil raposas. Mas, se tu me prenderes a ti, passamos a precisar um do outro. Passas a ser único no mundo para mim. E, para ti, eu também passo a ser única no mundo.”


Antoine de Saint-Exupéry, O Principezinho.


Já sei que esta passagem é amiúde citada. No entanto, para mim, ainda é a mais bela definição dos estados de espírito citados no título, que alguma vez li. A propósito do título, não será que o verdadeiro Amor para se realizar em pleno terá que assentar nas estacas de uma grande Amizade, anterior (à) ou adquirida com a relação?

2003/07/08

Ao que a demagogia chegou!


Em visita à comunidade portuguesa de Toronto, o líder da oposição Ferro Rodrigues, faz declarações absurdas, a mostrarem que realmente o PS está numa posição muito difícil, sendo obrigado a recorrer ao populismo e a falácias para fazer oposição. Então não é que esse senhor criticou o Primeiro-Ministro por este ter adiado a sua visita a esta comunidade durante o surto de pneumonia atípica, sabendo-se que a OMS tinha desaconselhado viagens para zonas afectadas (sendo Toronto uma das mais afectadas)! Contiou ele dizendo que a comunidade portuguesa de Toronto tinha sido abandonada quando ela mais precisava de apoio! Um reparo. Sabendo ele do adiamento, porque não se disponibilizou a fazer a deslocação nessa altura? Será que o líder da oposição tem a agenda mais preenchida que o Primeiro-Ministro? Talvez sim, tendo em conta as últimas notícias que dão conta que no relatório do juíz que decretou a prisão preventiva de Paulo Pedroso, estariam referências a pressões dos dirigentes socialistas, para o caso ser tratado de outra maneira. Mas esta é também uma outra história...
Crónicas e croniquetas


Quantas mais crónicas da Adília Lopes leio, mais convencido fico que o lugar dela é um hospital psiquiátrico de segurança máxima, entupida de valium e prozac, amordaçada e presa à cama. Só aí faria este “seu leitor” feliz...
Artigo XIX - Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.


Declaração Universal dos Direitos Humanos
Percepções


Porque os autores de esquerda também merecem ser ouvidas, nem que seja para os refutar. A citação abaixo é uma das que merecem uma leitura atenta. E contra os meus preconceitos sou tentado a aceitá-la.
“ Todos os indivíduos incorporam selectivamente muitos elementos de experiência mediada na sua conduta do dia-a-dia, e fazem-no activamente, embora de modo algum de forma sempre consciente. Este processo nunca é aleatório ou passivo, ao contrário do que a imagem do efeito de colagem possa sugerir. Um jornal, por exemplo, apresenta uma colagem de informação, como o faz, numa escala maior, a totalidade de jornais que pode estar à venda numa dada área ou país. Porém, cada leitor impõe a sua própria ordem nessa diversidade, seleccionando qual o jornal que vai ler – se algum, - e seleccionando activamente os seus conteúdos.
Efeito de colagem: justaposição de itens heterogéneos de conhecimento ou informação num texto ou formato de comunicação electrónica. ”
Curiosidades curiosas


“ Porque se lavam as toalhas? Não é suposto estarmos limpos quando as usamos?


Só há dois momentos em que o homem não compreende a mulher: antes e depois do casamento.


Porque são usadas agulhas esterilizadas para administrar a injecção letal nos condenados à morte? ”


2003/07/07

Vamos lá ser realistas


Já o barómetro TSF anunciava na semana passada o que a sondagem da Universidade Católica para a RTP esta semana confirmou. O PPD/PSD subiu 5 pontos percentuais nas intenções de voto. E, a para mim piéce de resistance, foi o facto de os portugueses, apesar de acharem a situação económica muito difícil, admitirem que nenhum outro partido governaria melhor.

Eles comem tudo e não deixam nada.


Fiquei pasmo quando à tempos ouvi a Dr.ª Nogueira Pinto, provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa a indicar o destino das verbas ganhas graças à concessão de jogos de fortuna e azar no território português. Com que então mais de metade das verbas (se não me engano 60%) destinam-se a ser gastas em Lisboa? E o resto do país? Os jogadores e fonte de receitas dessa entidade são maioritariamente de Lisboa? E falam em descentralizar e regionalizar quando até nestas questões sociais Lisboa rouba vilmente o resto do país. Resta dizer que a concessão à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa é em exclusividade, logo esta detém o monopólio deste tipo de jogo. Porque não fazer como em Espanha que há uma entidade estatal a gerir o jogo que depois reparte com as várias comunidades de forma proporcional e justa. Para mim este injusto favorecimento de Lisboa em detrimento do resto do país é vergonhoso e próprio de um país repleto de auto-intitulados antifascistas que mais não são que umbiguistas da capital e para os quais Portugal é composto de Lisboa e o resto do país não passa de paisagem.

Poesia




Perseguição



Cai a noite a prenunciar angústias
E desgostos sem fim.

A tortura aproxima-se, célere,

Indiferente às minhas preces!



Se sofrer é necessário

A angústia, a espera

É mais torturante ainda.

Belicosa atravessa-me.



Possui-me sem eu o querer.

Atravessa-me a alma escura,

Macerada e quando me deixa

Sussurra – “Até amanhã...”.




Flavius, 29 MAR 02




Aqui vai um poema que lamentavelmente não é da minha autoria:




Hora de Amor




Vem.

Adormece encostada a este braço

Mais débil que o teu.

Entrega-te despida

Nas mãos dum homem solitário

Que a maldição não deixa

Que possa nem sequer lutar por ti.

Vem,

Sem que eu te chame, ou te prometa a vida.

E sente que ninguém,

No descampado deste mundo,tem

A alma mais guardada e protegida.






Miguel Torga, in Diário V.





E um extracto de outro:



...Só eu não posso acarinhar a sombra

Do teu rosto velado!

Só eu vivo afastado

Dos teus encantos!

E são tantos

E tais

Que eu não posso, paisagem,

Esperar mais!




Idem Ibidem
Aparição


Entre todos os blogues consultados houve alguns que me marcaram e levaram a que despertasse em mim uma vontade de escrever, para ninguém em especial, somente para meu gáudio e desfrute. O primeiro foi o Abrupto, pela qualidade dos seus textos e capacidade expositiva de José Pacheco Pereira. Apesar de sermos do mesmo partido amiúde discordo dele. O segundo foi o Aviz. Meu companheiro Transmontano a sua escrita deslumbra-me. O terceiro foi o Gato fedorento. Humor corrosivo aliado a um lado político da esquerda bastante tragável. E o Zé Diogo Quintela a dar consistência à coisa, não fosse ele de direita. Last but not the least, a extinta Coluna infame. Por uma ninharia se perdeu uma das minhas melhores leituras. Adorava.

2003/07/04

A propósito...


Qual o propósito deste espaço? Não sei. Tenho ideias que nunca pensei partilhar. Parece-me o anonimato deste espaço o local e o tempo indicados. Este blog é para a minha exclusiva realização pessoal por isso, aos que o lerem, lanço o repto: -não aceito críticas. Aos que continuarem, divirtam-se e partilham algumas das minhas mais insanas ideias.
Bons augúrios




Bem, aqui começa a minha aventura "umbiguista" na weblog lusitana. Que os meus devaneios sejam muitos e bons!