2010/02/22

Ao longe... O Sul...

E em verdade mais ninguém me levará ao Sul, àquele lugar especial, tão verdadeiro quanto mitológico, onde me encontrei, me completei e fui feliz. Desvanecido, faz agora parte de uma bruma na memória, que persiste, que regressa, por vezes, pujante, em sonhos vívidos e pungentes.
A esse Sul, que não é ponto cardeal nem existe na bússola, não posso regressar. Fico-me pela contemplação longínqua de expatriado em processo de adaptação a uma nova forma de vida, a uma nova terra. Como um desterrado de uma imaginária Atlântida contemplo, no nevoeiro da memória, a ilha, ao longe, onde só eu sei que existe, com esperança na resignação que, inevitavelmente, há-de surgir. Enquanto, sofro a distância que se dilata, com uma serenidade nervosa que, sem o sentir, me vai acalmando.

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