2003/11/29

Máscara do sonho




Sinto-me isolado num mundo só meu.
A angústia assola-me quando não consigo partilhar
As dúvidas e as angústias
Que me varrem uma alma carregada de dor.

Os sonhos a que me abandono
São promessas de uma paz fingida
Que me dói por saber que não é minha.

Morfeu, larga-me dos teus braços apertados
Deixa-me viver o real com mágoas, mas que é meu.
Quero sair desta penumbra onde vivo,
Viver o que vislumbro,
Enfrentar a dor num duelo justo.
Prefiro a derrota final ao desespero
Desta fuga inglória,
Que me arrasta e vence,
Em terrenos que não são os meus.

Cada vez mais me afundo
Num lodaçal que o nevoeiro não me deixou antever
E assim a âncora da vida que se mantém firme
Segura-me a um destino que não conheço
Onde me procuro e não me encontro.
Onde vivo apenas na memória
Dos que me querem,
Onde apenas vive um nome e um passado.

Preciso relançar-me na corrente da vida
banhar-me na água do espírito
E encontrar o mar calmo de uma vida de paz.








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