2010/03/08

adoro as crónicas do mec

 

Desejo sinceramente que a Leya se foda, escreve miguel esteves cardoso. Crónica reproduzida no cadeirão de voltaire.

São raras as crónicas assim, escritas com raiva, com os sentimentos à flor da pele, com linguagem crua e muito usada, sem artifícios nem palavras mansas.

A destruição de livros pela Leya é criminosa. Há não muito tempo, tentei fazer uma mini-biblioteca numa aldeia esquecida do interior transmontano. Achei um projecto interessante atrair as pessoas para a leitura, para a discussão, introduzindo-lhes novos hábitos, criando a rotina da leitura. Pedi a todos os grupos editoriais livros, expliquei o projecto nas cartas que remetia, ofereci-me para prestar todas as informações necessárias. Éramos uma associação juvenil e ao abrigo da lei do mecenato as doações que nos fizessem teriam dedução fiscal. Enfim… Quantos livros recebi? Meia dúzia. E não querendo ser mal agradecido, até porque os aceitei todos, eram todos dignos de ser papel para reciclar. Eram péssimos livros, completamente invendíveis, sobre temas especializadíssimos, livros para minorias. E todas as editoras me pediam recibos de donativos com o valor de venda ao público desses livros… Enfim…

Da Leya recebi a ausência de uma resposta. Recebi nada. E se há livros que seriam bem recebidos seria literatura portuguesa. E mais, ofereci-me sempre para pagar os portes de envio.

Que queixa resta? Eu pagava os portes de envio e passava recibo ao abrigo da lei do mecenato! Que mais queriam? É uma vergonha.

Como o mec, quero que a leya se foda!

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