2010/03/13

país de memória curta, ou como hoje se idolatra a quem antes se apedrejou

 

Fico perplexo com os comentários de Constança Cunha e Sá e Ana Sá Lopes.

Marcelo, o comentador, é endeusado e tratado como o messias do psd por boa parte dos comentadores políticos. Os seus discursos são de líder, é acutilante e preciso, enfim, é aquilo que falta na liderança do partido e, quiçá, do país.

Estes mesmos tecedores de loas são os que criticaram Marcelo quando foi líder do psd. Porque Marcelo foi líder do psd. Lembram-se??? Mesmo??? Quando líder era a besta. Usava o discurso fácil, não tinha qualidade como político, enfim, todos reconheciam que era um excelente comentador mas um péssimo líder do psd. Foi um líder show-off, sempre à procura da notícia, do aparecer, e quase sempre pelos piores motivos. Era considerado um líder intriguista, fomentador de discórdias.

Será que estão a falar desse mesmo Marcelo? É esse Marcelo besta o agora salvador bestial Marcelo?

Marcelo é um fraco político. Falta-lhe capacidade para aglutinar inteligência à sua volta, com a sua tendência a apagar quem o aconselha. É um político que não resiste à intriga fácil, características que o tornam um bom comentador. Tem a tentação dos média e uma obsessão em aparecer. Reconhece-se capacidade para pensar os problemas mas falta-lhe o foco em criar soluções. É, sem sombra de dúvida, muito inteligente, mas falta-lhe capacidade para por em prática. É um líder autoritário, pouco habituado a criar consensos e ouvir a diferença. Isto foi o que retive dos 3 anos que Marcelo esteve à frente do psd. Mas, pelos vistos, fui apenas eu. 

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