2010/03/08

há dias assim

 

Um sol raro e fabuloso lá fora, que entra pela janela e me aquece a pele. Mas a alma, essa, está negra e fria.

Há assuntos de que não devemos falar, escuridões mentais que devem ficar armazenadas naqueles cantos poeirentos e sem luz, onde não nos farão mal, inertes, adormecidos. Quando mexidos, mordem a alma e despertam sentimentos dolorosos. E são difíceis de arrumar, não se aquietam sem luta.

Assim, vou sair para o sol, tentar sossegar e compartimentar o que já estava apaziguado e renasceu em dor profunda, aguda, como uma agulha quente a entrar por baixo das unhas.

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