2004/04/28

Texto desactualizado face à eficiência Israelita




O líder do Hamas foi morto numa manobra militar israelita. Nos media portugueses surgiu a comunicação: “ Líder espiritual do Hamas assassinado por mísseis israelitas”.
De tudo o que li tenho um comentário a fazer, o que é um líder espiritual e seria o xeque tetraplégico um líder espiritual?
Um líder espiritual deve estar relacionado com a espiritualidade ou transcendência de uma causa ou movimento. Deve transmitir aos seus seguidores conselhos, opiniões e análises religiosas (espiritualidade tem de ser, inequivocamente, sinónimo de religiosidade) e zelar pelo seu cumprimento. Não pode (deve) valorar o lado materialista dos seus pupilos (um líder é sempre um mestre) devendo abstrair-se da realidade factual e causal, elevando pelo seu discurso as causas a planos superiores de evolução mental – numa perspectiva religiosa. Tomemos como exemplo um líder espiritual que nos está mais próximo – o Papa. Como líder espiritual que é faz apelos, comunicados, alertas, chamadas de atenção ( a todo o mundo e não a pequenos grupos sectários e fragmentantes) para problemas globais (é raríssimo haver uma definição geográfica, política, ou outra). No seu discurso tende a elevar os seus apelos ao nível transcendental e divino, condenando ou apoiando actos da humanidade que destruam ou sirvam tais propósitos. (Se ainda quisermos uma espiritualidade mais resignada e pacifista por comparação ao líder do Hamas atentemos no exemplo do Dalai-Lama)
Seria então o xeque tetraplégico (pareço Antero a insultar o cego Castilho) um líder espiritual? A resposta só pode ser um rotundo não. Esse homem tinha um ideal espiritual que pretendia impor (a Jihad, guerra santa), em conjunto com um grupo seleccionado de indivíduos, sem atender à moral ou motivação espiritual, ao povo palestiniano, que o apoiava mais por medo que por respeito ou partilha de convicções. Interessavam-lhe as capacidades de sacrifício e esforço belicistas e não a elevação da moral dos indivíduos. Crentes ou não (e isto é extraordinariamente significativo) na justiça da Jihad ou sequer na lei islâmica eram bem-vindos à causa. O Al-Corão, lei moral e religiosa islâmica sob a forma de livro era citado conforme as conveniências, não se detendo esse líder nas considerações globais da espiritualidade da paz e harmonia desse livro. No fundo, esse indivíduo era um directo interveniente na cena política e militar do Médio Oriente, onde desempenhava um papel materialista e mundano.
Então se não era um líder espiritual o que é que era? Simples. Era nada mais que um general sem exército, um chefe de um bando de criminosos para-militares com tácticas de destruição perfeitamente definidas e levadas a cabo. Daqui se pode concluir, com extrema simplicidade, ser o xeque um alvo militar e não civil/religioso. O Hamas não é um grupo de oração (muito menos de meninos de coro embora alguns, infelizmente, tenham idade para ser). É um grupo terrorista muito bem armado que tem como objectivo único a aniquilação de Israel e dos judeus e não qualquer motivação religiosa/divina/espiritual. A tão apregoada Jihad é uma farsa e os líderes mais não são que gatunos homicidas.

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