O terror da Inquisição.
A Inquisição foi o genocídio mais longo da história. Alterou profundamente a sociedade e sobreviveu no tempo às várias orientações de pensamento social que se foram sucedendo. Começou na Itália, em 1163, com o Papa Alexandre III (1159-1181), O Inquisidor. Seguiram-se a Alemanha, onde a Inquisição teve grandes dificuldades em instalar-se e a França onde a Inquisição foi bem recebida pelos monarcas Luís, O Pio; Filipe, O Justo e Carlos IV. Mas, onde a Inquisição prosperou foi em Espanha, onde se implantou com os grandes carrascos Torquemada e Ximenes. Em Portugal, a Inquisição instalou-se apenas em 1536, com D. João III (já D. Manuel I tinha pedido a sua instalação em Portugal) e terminou em 1821, com D. João VI. Em Portugal e em Espanha estava subordinada ao poder régio, o que explica a sua durabilidade e aparecimento tardio. Foi um instrumento de repressão e controlo do estado tendo servido para controlar a expulsão e conversão (e expropriação) dos judeus.
Segmentos do Terror
O confessor e mesmo o juiz são aconselhados a falar com o prisioneiro em privado e mediante a promessa de perdão e misericórdia, exortá-lo à confissão. O Malleus Maleficarum sugeria ao juiz a possibilidade de este prometer ao condenado: “Se confessares serei obrigado a não te condenar à morte”, mas podendo a qualquer momento pedir a sua substituição por outro juiz livre de pronunciar qualquer sentença.
“O suplício inquisitorial enche os assistentes de terror, é a aterradora imagem do que será o juízo final. Ora, é exactamente este terror o sentimento que melhor convém inspirar.”
Esta afirmação foi retirada do Inquisidor Emérico, 1320-1399.
Este é uma descrição da tortura diabólica aplicada a uma mulher, no ano de 1631:
"(1) The hangman binds the woman, who was pregnant, and places her on the rack. Then he racked her till her heart would fain break, but had no compassion. (2) When she did not confess, the torture was repeated, the hangman tied her hands, cut off her hair, poured brandy over her head and burned it. (3) He placed sulphur in her armpits and burned it. (4) Her hands were tied behind her, and she was hauled up to the ceiling and suddenly dropped down. (5) This hauling up and dropping down was repeated for some hours, until the hangman and his helpers went to dinner. (6) When they returned, the master-hangman tied her feet and hands upon her back; brandy was poured on her back and burned. (8) Then heavy weights were placed on her back and she was pulled up. (9) After this she was again stretched on the rack. (10) A spiked board is placed on her back, and she is again hauled up to the ceiling. (11) The master again ties her feet and hangs on them a block of fifty pounds, which makes her think that her heart will burst. (12) This proved insufficient; therefore the master unties her feet and fixes her legs in a vise, tightening the jaws until the blood oozes out at the toes. (13) Nor was this sufficient; therefore she was stretched and pinched again in various ways. (14) Now the hangman of Dreissigacker began the third grade of torture. When he placed her on the bench and put the I shirt' on her, he said: 'I do not take you for one, two, three, not for eight days, nor for a few weeks, but for half a year or a year, for your whole life, until you confess: and if you will not confess, I shall torture you to death, and you shall be burned after all. (15) The hangman's son-in-law hauled her up to the ceiling by her hands. (16) The hangman of Dreissigacker whipped her with a horsewhip. (17) She was placed in a vise where she remained for six hours. (18) After that she was again mercilessly horsewhipped. This was all that was done on the first day."
O fundamentalismo da caça às bruxas revela-se neste episódio passado em Basileia, na Suíça, no ano de 1474. Foi movido um processo inquisitório a um galo diabólico que teria sido presunçoso a ponto de pôr um ovo. Foi julgado e condenado a ser queimado publicamente por ordem das autoridades da boa cidade de Basileia.
Curiosidade: As cerimónias públicas em que eram queimadas as vítimas da inquisição eram os Autos-de-fé. Esta palavra portuguesa foi adoptada noutros países do mundo, nomeadamente em Inglaterra, dizendo-se auto-de-fé e não act-of-faith.
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